As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Espanha
A Guerra Civil Espanhola
(1936-1939)
Tropas nacionalistas avançam por uma vila espanhola durante a guerra.
Facções: Nacionalistas, com apoio da Itália, Alemanha e de Portugal (Francisco Franco) x Republicanos, com apoio da União Soviética e México (Manuel Azaña).
Forças: Nacionalistas: 600.000 soldados, 600 aviões, 290 tanques e 16 navios de guerra x Republicanos: 800.000 soldados, 350 aviões, 200 tanques, 31 navios de guerra e 12 submarinos.
Perdas: Nacionalistas: 110.000 mortos e feridos x Republicanos: 175.000 mortos e feridos; +2.000.000 de civis mortos e feridos.
Resultado: Vitória Nacionalista; Fim da Segunda República Espanhola; Início da Ditadura Franquista.
Local: Espanha.
Áreas Vermelhas (Territórios Nacionalistas); Setas Vermelhas (Ofensivas Nacionalistas); Áreas Azuis (Territórios Republicanos); Setas Azuis (Ofensivas Republicanas).
A Guerra: A monarquia dos Bourbons na Espanha durou até 1931, sob o comando de Alfonso XIII. Após sua abdicação, a Espanha se tornou a Segunda República. O poder político era de início controlado por uma coalizão centrista. Porém, as constantes brigas políticas entre os partidos de direita e de esquerda e a Grande Depressão de 1930 acabou polarizando a sociedade espanhola. Em 1936, a Espanha entrou numa longa e terrível guerra civil.
O general Francisco Franco, líder do partido direitista Falange, foi para o Marrocos Espanhol para iniciar uma revolta nos quartéis contra o governo republicano em 17 de julho de 1936. Com apoio logístico e aéreo da Alemanha Nazista, Franco transportou todo o seu exército nacionalista pelo Estreito de Gibraltar e desembarcou no sul da Espanha, onde mais quartéis do exército se revoltaram a favor da Falange. Grandes cidades como Cárdiz, Sevilha, Burgos, Saragoça e Huesca rapidamente caíram para os nacionalistas. Em poucas semanas, os homens de Franco controlavam todo o sul e o sudoeste da Espanha.
A República estava dividida entre vários grupos políticos: centristas, anarquistas, comunistas, anarco-sindicalistas e muitos outros. Não existia um comando unificado e cada grupo planejava derrubar o outro após a guerra. Mesmo tendo mais homens e território, os republicanos ficaram na defensiva. Em 15 de agosto, os nacionalistas dominaram Badajoz e uniram suas forças do sul com os grupos de direita que controlavam o nordeste e o noroeste da Espanha, isolando um grande contigente republicano no norte. Depois de muito planejamento, os nacionalistas finalmente atacaram a capital, Madri. Porém, acabaram derrotados por brigadas de voluntários internacionais (ingleses, franceses e americanos) que impediram a queda do governo. Madri ficaria cercada pelo resto da guerra.
Em 1 de outubro, Franco foi nomeado "chefe do Estado Espanhol", um título que já mostrava como seria o próximo governo, autoritário e fascista. Rapidamente, Franco recebeu reforços vindos da Alemanha de Hitler (uma Legião de soldados, tanques e aviões) e da Itália de Mussolini (70.000 soldados e tanques). A única nação à apoiar a República fora a União Soviética (uma imensa quantidade de soldados, tanques e aviões) que só estava interessada em instalar um governo comunista na Espanha após a guerra. O resto do mundo decidiu ficar neutro por medo de causar uma nova guerra mundial.
A situação dos republicanos começou a piorar quando a fortaleza de Bilbao caiu e todo o norte ficou sob controle dos nacionalistas em 18 de junho de 1937. Mesmo lançando algumas ofensivas em 1937 e 1938, os republicanos nunca conseguiram retomar território perdido ou capturar algum que fosse dos nacionalistas. Em 26 de janeiro de 1939, Barcelona caiu e com isso a República estava totalmente isolada do resto do mundo. A União Soviética retirou o seu apoio e abandonou milhares de soldados e equipamentos para seus inimigos. Em 28 de março, o que restava da República decidiu se render incondicionalmente para o nacionalistas e finalizar a guerra. Madri finalmente estava nas mãos de Franco.
Mesmo sofrendo uma pressão internacional para "pegar leve" nos republicanos que se renderam, Franco criou tribunais fascistas que perseguiram e executaram milhares de centristas e esquerdistas. Por causa dos vários crimes de guerra que foram cometidos por ambos os lados, a população espanhola decidiu ficar quieta e deixar que as coisas acontecessem normalmente. O governo de Franco dominaria a Espanha com mão de ferro e milhares de pessoas seriam perseguidas e mortas pelo seu governo. Mesmo enfrentando guerrilhas comunistas no norte e no leste, Franco ficaria no poder até sua morte em 1975, assim terminando seu governo de tirania e iniciando uma longa era de paz e prosperidade na Espanha sob o governo do rei Juan Carlos.
Curiosidades:
- A Guerra Civil Espanhola foi um "laboratório de guerra" para os nazistas que puderam testar seus novos tanques e aviões e aplicar suas novas táticas de guerra para o que já planejavam para o resto da Europa em breve.
- A participação italiana acabou sendo um fiasco, pois Mussolini perdeu muitos homens e enfraqueceu ainda mais seu já desgastado exército. Quando a Segunda Guerra começasse, a Itália não teria condições de lutar contra nações mais poderosas.
- O governo de Franco foi o governo fascista mais longo da História, de 1939 até 1975. Até hoje existem grupos franquistas que apoiam o retorno de um governo fascista como o de Franco na Espanha.
Bibliografia:
- Willard Crompton, Samuel. "100 Guerras que mudaram a História do Mundo". Ed. Prestígio, Rio de Janeiro, RJ, 2002.
- https://en.wikipedia.org/wiki/Spanish_Civil_War (página em inglês).
Comentários
Postar um comentário