As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Itália x Etiópia

 

A Guerra Ítalo-Etíope

(1935-1936)

Italianos preparam uma peça de artilharia para bombardear as posições do exército etíope.
 
Facções: Reino da Itália (Benito Mussolini) x Império Etíope (Haile Selassie I).
 
Forças: Italianos: 500.000 soldados, 600 aviões e 800 tanques x Etíopes: 800.000 soldados, 13 aviões, 4 tanques e 7 carros blindados.
 
Perdas: Italianos: 208.000 mortos e feridos x Etíopes: 377.500 mortos e feridos + 382.800 civis mortos e feridos.
 
Resultado: Vitória Italiana; Criação da África Oriental Italiana.
 
Local: Etiópia.
 
Áreas Verdes (Territórios Italianos); Área Roxa (Território Francês); Áreas Azuis (Territórios Ingleses); Setas Verdes (Ofensivas Italianas); Setas Marrons (Ataques Etíopes).
 
A Guerra: Após ter tomado o poder na Itália, Benito Mussolini, líder do grupo fascista Camisas Negras, começou a modernizar e preparar seu exército para futuras conquistas coloniais, com o intuito de reconstruir o antigo Império Romano. Seu primeiro alvo foi a Etiópia.
 
De início, a Etiópia parecia como qualquer outra parte da África, atrasada e inferior em comparação com as nações européias. Porém, se aprofundar um pouco mais em sua história, ficará surpreso em saber que a Etiópia foi uma das poucas nações africanas a não ser dominada pelos europeus. Por causa de sua geografia montanhosa e de seu povo unido e numeroso, a Etiópia, era na época a nação africana mais bem desenvolvida. Mas, a ambição dos europeus de dominar tudo chegaria nessa nação. Em 1896, um enorme exército italiano invadiu a nação africana, mas acabou sendo aniquilado pelos etíopes na Batalha de Adowa. Essa foi pela primeira vez na História, onde um povo africano impediu que seu território fosse ocupado por europeus.
 

Agora, nos anos 1930, Benito prometia ao povo italiano que vingaria essa humilhante derrota e forçaria os etíopes a reconhecer a soberania européia na África. Enviando milhares de soldados e equipamentos pesados para suas colônias na Eritréia e na Somália, os italianos planejavam dominar e escravizar toda a Etiópia.
 
A Liga das Nações, entidade internacional criada pelo presidente Woodrow Wilson após a Primeira Guerra Mundial, até tentou evitar um conflito armado entre ambas as nações, pois as duas faziam parte da Liga. Usando sua influência política e subornando seus líderes, Benito conseguiu convencer a Liga de que a Etiópia deveria entregar partes de seu império para a Itália. O imperador Haile Selassie I, negou entregar suas terras para os italianos e iniciou uma imensa mobilização militar para proteger seu império. Era essa desculpa que Benito Mussolini queria para intervir na região.
 
No final de 1934, um pequeno combate na fronteira entre a Etiópia e a Somália Italiana, acabou sendo o motivo para uma invasão italiana na Etiópia. Depois de muita preparação e planejamento, os italianos estavam prontos para invadir a Etiópia. Em 3 de outubro de 1935, mais de 300.000 italianos (de uma força de 500.000 homens), invadiu a Etiópia pelo norte e pelo sul, com o intuito de capturar a capital Addis Ababa e forçar o imperador Selassie I a reconhecer a ocupação italiana.
 
O exército italiano se mostrou muito moderno, usando uma enorme quantidade de aviões e tanques, para os etíopes, que já usavam rifles, metralhadoras, alguns poucos aviões e tanques, mas, em geral ainda usavam cavalos e lanças. Porém, o exército etíope era muito bem organizado e liderado, enquanto os italianos eram muito mal organizados e seus comandantes não tinham quase nenhuma capacidade de liderar seus homens.
 
Ainda sim, os combates foram longos e violentos. Quando 1936 começou, os italianos ainda estavam longe de alcançar o seu objetivo central. Sobre forte pressão de Mussolini, seus comandantes tiveram que usar gases venenosos e lança-chamas para forçar os etíopes a abandonar a capital e suas fortalezas. Finalmente, em 5 de maio de 1936, os italianos adentravam Addis Ababa e finalizavam a guerra na Etiópia. Porém, Haile Selassie I e metade do exército etíope conseguiu escapar para o Sudão (território inglês), onde acabariam sendo treinados e armados pelos ingleses para algum dia libertar seu povo.
 
Haile Selassie I foi até a Liga das Nações e num discurso emocional, pediu para a Liga intervir militarmente e libertar seu povo da opressão italiana. Porém, a Liga não fez nada e ignorou o apelo de Selassie I, que acabou se exilando na Inglaterra. Com a Etiópia sobre o total controle dos italianos, Mussolini pode cumprir sua promessa de vingança e ainda criar uma nova província para seu novo "Império Romano", a África Oriental Italiana.
 
O desafio de Mussolini de vencer a Liga das Nações acabou motivando governos semelhantes a iniciar campanhas militares próprias em contradição com o que Liga lutava para evitar que ocorresse: uma nova Guerra Mundial. Com essa vitória italiana, o caminho se abria para uma guerra que dominaria o mundo inteiro e mataria milhares de pessoas.
 

Curiosidades:

  • Mesmo sendo vitoriosos, o italianos sofreriam muitas perdas de veteranos da Grande Guerra que poderiam ter sido essenciais para as futuras batalhas que Itália participaria durante a Segunda Guerra Mundial.
 
  • Foi a única campanha militar de Benito Mussolini, onde a Itália saiu vitoriosa por completo. Durante a Segunda Guerra, a Itália só sofreria derrota atrás de derrota.
 
  • Após essa guerra, a Itália nunca mais seria uma potência militar européia.
 
 

Bibliografia:





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