As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - 1932

 

A Revolução Constitucionalista

(1932)

 
Batalhão de voluntários paulistas se preparam para marchar contra o Governo Provisório de Getúlio Vargas.
 
Facções: Governo Estadual de São Paulo, com apoio de rebeldes de Maracaju (atual Mato Grosso do Sul) e do Rio Grande do Sul (Pedro de Manuel de Toledo) x Governo Provisório (Getúlio Vargas).
 
Forças: Paulistas e Aliados: 40.000 soldados, 30 veículos blindados (nenhum tanque), 44 peças de artilharia e 10 aviões x Getulistas: 100.000 soldados, 90 veículos blindados (sendo 12 tanques franceses), 250 peças de artilharia, 60 aviões e 4 navios de guerra (bloqueio naval de Santos).
 
Perdas: Paulistas: 2.500 mortos e feridos x Getulistas: 4.850 mortos e feridos.
 
Resultado: Vitória Militar Getulista; Vitória Política Paulista; Getúlio Vargas estabelece a Constituição de 1934 seguindo as demandas dos paulistas.
 
Local: São Paulo, Maracaju (atual Mato Grosso do Sul), Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
 
Linhas Vermelhas (Defesas Paulistas); Setas Verdes Escuras (Ofensivas Getulistas); Linhas Verdes Claras (Avanços Getulistas); Linha Azul (Bloqueio Naval Getulista).
 
A Revolução: No ano seguinte à Revolução de 1930, Getúlio Vargas tentou administrar o Governo Provisório, mas logo encontrou vários problemas. Os grupos que apoiaram a revolução queriam seus próprios benefícios no novo governo. Porém, cada privilégio afetava o que o outro grupo queria, criando conflitos políticos desnecessários. Por causa dessas brigas internas, Vargas acabou atrasando a Assembléia Constituinte e foi acusado de conspirar contra seus aliados.
 
Numa forma de apaziguar os ânimos de seus aliados, Getúlio aplicou uma política centralizadora com o intuito de beneficiar todos que participaram da revolução. Mas, tudo foi em vão, quando o grupo mais forte, os oligarcas paulistas, decidiu abandonar o novo governo.
 
Para piorar, o Partido Comunista e as Centrais Sindicais acabaram sendo reconhecidas pelo novo governo e isso deixou os paulistas preocupados com o caminho que o Brasil estava seguindo.
 
Quando teve início o ano de 1932, os dois principais partidos paulistas, Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático Paulista, se juntaram numa única força política, a Frente Única Paulista. O objetivo desse grupo era de pressionar Getúlio a assinar uma nova constituição que beneficiaria o Estado de São Paulo pelo seu apoio na Revolução de 1930 e que impedisse que os grupos de esquerda tivessem mais poder dentro do governo. Quando essas propostas e muitas outras foram apresentadas ao povo de São Paulo, um enorme apoio popular surgiu e o governo getulista mostrava sinais de preocupação.
 
Em 23 de maio, policiais leais ao governo getulista reprimiram uma marcha de populares que apoiavam a nova constituição. A repressão foi tão pesada que quatro estudantes morreram no confronto. Esses seriam os mártires para a Revolução Constitucionalista finalmente começar.
 
Em 9 de Julho tinha início a revolução, quando Júlio Prestes, antigo candidato eleito para presidente, reuniu 40.000 homens, a maioria voluntários civis, para defender o território paulista dos ataques getulistas que estavam prestes a ocorrer. Mesmo com poucos soldados bem treinados, os paulistas mostravam um enorme sinal de apoio pela causa paulista e estavam determinados a sangrar pelo seu estado. Todas essas tropas foram enviadas para as principais frentes de batalha: fronteira com Minas, Gerais, fronteira com Paraná e o Vale do Paraíba.
 
Mesmo com esse enorme entusiasmo, os líderes paulistas sabiam que não tinham como vencer Getúlio e seu exército de 100.000 homens. O jeito era aguentar o máximo possível e pressionar politicamente Getúlio a criar a nova constituição. Os combates foram ferozes e brutais. As tropas getulistas tiveram grandes dificuldades para capturar os territórios paulistas e sofreram grandes baixas nas vitórias que obtiveram. Após 3 meses de matança, em 3 de Outubro, o governo paulista se rendeu para Getúlio após alguns acordos.
 
As perdas nesse conflito foram bem grandes, mais de 7.000 mortos e feridos. Mesmo com uma derrota militar, os paulistas acabaram tendo uma vitória política quando Getúlio finalmente estabeleceu a Assembléia Constituinte e acelerou o processo da nova Constituição que seria finalmente estabelecida em 1934. Essa revolução seria a última revolta armada contra o governo brasileiro.
 

Curiosidades:

  • Esse conflito usou táticas da Primeira Guerra Mundial como: trincheiras, ataques em massa com a infantaria, pesados ataques de artilharia, tanques e blindados apoiando a infantaria e combates aéreos.
 
  • Ainda é possível encontrar, até hoje, artefatos dessa guerra nos antigos campos de batalha que se localizam nas fronteiras do Estado de SP com os estados vizinhos.
 
  • Atualmente 9 de Julho é considerado um feriado em todo o Estado de SP e é possível encontrar, na maioria das cidades paulistas, monumentos em honra aos paulistas que lutaram ou morreram pela revolução.
 
  • Existe atualmente um livro totalmente especializado nesse conflito. O nome do livro é: 1932 - São Paulo em Chamas. O autor do livro é o jornalista Luiz Octavio de Lima. O livro é bem detalhista e até fala brevemente da Revolução de 1930. Recomendável.

Bibliografia:




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Balcãs

Primeira Guerra Mundial - Frente Ocidental

As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - EUA