Primeira Guerra Mundial - Conseqüências

 

As Conseqüências da Primeira Guerra Mundial pelo Mundo

 

Representantes dos Países que lutaram na Grande Guerra durante o Tratado de Versalhes.
 

Alemanha:

A Alemanha foi a nação que mais sofreu após a Primeira Guerra Mundial. Por causa do bloqueio naval aliado, a nação estava sofrendo problemas de reabastecimento e a população passava fome. O governo imperial caiu e uma república foi estabelecida para conter as brigas políticas entre grupos nacionalistas e comunistas que lutavam pelo poder. O exército alemão teve que ser reduzido para 100.000 homens e todos seus tanques, aviões, submarinos e navios de guerra foram destruídos ou entregues para as forças aliadas. Para piorar, o Tratado de Versalhes (documento assinado pelos países participantes da Grande Guerra que levou ao fim definitivo do conflito) ordenava que a Alemanha pagasse por todos os danos que causou nas nações que invadiu, mas a nação alemã nunca conseguiria chegar ao valor dado pelos vitoriosos. A Alemanha também perdeu todas as suas colônias na África e na Ásia e ainda algumas regiões na Europa foram entregues as nações vitoriosas como punição. Essa horrível humilhação abriria caminho para o surgimento do nazismo e a ascensão de Adolf Hitler.
 
 

Império Russo:

A Rússia foi uma das nações que sofreu a mudança mais drástica de todas. Enquanto a Grande Guerra ocorria, uma guerra civil surgia no antigo império entre realistas e comunistas. Essa guerra levaria várias nações pelo mundo a invadir a Rússia numa ousada tentativa de deter o avanço soviético pelo resto do mundo. Em comparação com as outras nações pós-Primeira Guerra, a Rússia perdeu imensos territórios na Europa e sua economia estava em frangalhos. Por causa de sua derrota um ano antes do fim da guerra, os russos não obtiveram numa vantagem após o Tratado de Versalhes. Várias pequenas nações iriam surgir após a queda do Império Russo como: Lituânia, Letônia e Estônia, Finlândia, Armênia, Azerbaijão e Geórgia. Porém, após a Guerra Civil Russa, a maioria dessas novas nações orientais seriam anexadas pela União Soviética. Mas, outras partes do antigo império seriam permanentemente anexadas por nações vizinhas: Turquia anexaria três províncias no Cáucaso, a Romênia anexaria a Bessarábia e a China ocuparia uma pequena colônia russa em Tianjin. A Rússia ainda sofreria grandes transformações políticas e sociais durante a Guerra Civil (será analisada em breve).
 
 
 

Áustria-Hungria:

A queda do Império Austro-Húngaro teria enormes transformações nas regiões dos Balcãs. Áustria e Hungria estabeleceriam seus próprios governos e fronteiras. A região central do antigo império se transformaria na Iugoslávia, dominada por completo pela Sérvia. A Macedônia seria anexada pela Grécia, mesmo que sua população fosse contra tal anexação. A Romênia iria anexar algumas pequenas províncias do império e ainda uma parte da região norte da Bulgária, que não sofreria nenhuma penalidade por sua participação na guerra. A Itália iria anexar todas as províncias adriáticas do antigo império e expandir suas fronteiras dentro dos Balcãs. Ao norte da Hungria, a Tchecolosváquia se formaria e teria quase toda a antiga indústria bélica do império em suas mãos. Mesmo com essas enormes transformações, os Balcãs continuaram sendo um "barril de pólvora" com as constantes brigas de fronteira e ameaças de um novo conflito na região.
 
 

Império Otomano:

A queda do império só aconteceria em 1924, mas todo o seu território acabou sendo dividido pelos aliados após a Grande Guerra. A Grécia invadiu Adrianópolis (território turco na Europa) e isso fez com que os otomanos reagissem de forma agressiva. Uma pequena guerra territorial duraria até 1923, mas seria uma importante vitória para os otomanos, que retomariam o controle de Adrianópolis. No Cáucaso, os otomanos tiveram que entregar seus territórios para as nações que nasciam na região, principalmente para a Armênia. Já no Oriente Médio, os aliados dividiram suas conquistas entre franceses e ingleses. Já os árabes, que lutavam por uma única nação árabe, se sentiram traídos pelos aliados e acabaram se dividindo entre várias pequenas nações, que lutariam até hoje por motivos políticos e religiosos. Em 1924, o Império Otomano finalmente caía e de suas cinzas nascia a Turquia.
 
 
 

Império Britânico:

Mesmo sendo um dos vencedores da guerra, o Império Britânico sofreu algumas perdas que nunca mais se recuperaria. Seu exército foi quase aniquilado na guerra, forçando o governo a criar uma pequena tropa de soldados treinados e preparados para qualquer conflito no futuro, para impedir perdas desnecessárias de jovens despreparados para um conflito moderno. A Inglaterra também sofreu com algumas perdas territoriais como: a independência da Irlanda, Austrália e da Nova Zelândia. Outra grande perda para o ingleses foi sua economia. Por causa da guerra submarina alemã, a economia inglesa estava em frangalhos e duraria muitos anos antes de voltar a ser uma potência econômica. Porém, a Inglaterra obteve novos territórios coloniais na África e na Ásia (estes entregues a Austrália) e também na criação da mais poderosa força aérea da época. Também seu poder naval cresceu e praticamente dominava quase todos os oceanos do mundo. O Império Britânico, mesmo com imensas perdas, ainda era uma força a ser reconhecida.
 
 

Estados Unidos:

Mesmo só participando no final da guerra, os EUA começou a ser visto pelo resto do mundo como uma potência militar e econômica. Ajudou a reconstruir a Europa devastada pela guerra e fez vários atos de ajuda humanitária na Alemanha e Áustria, pois ambas as nações estavam tendo sérios problemas de fome e doenças. Junto com as nações vitoriosas, ajudou a criar a Liga das Nações. Também enviou tropas para conter o avanço comunista pela Rússia durante a guerra civil que dominou a nação. Mesmo sendo visto como um grande aliado pelos europeus, em seu próprio território, os líderes políticos americanos não queriam mais participar de nenhum outro conflito europeu, para evitar mortes desnecessárias de americanos, e também para manter sua economia totalmente isolada do resto do mundo. Era o início do isolacionismo americano que duraria até 1942.
 
 

França:

A nação que mais sofreu em toda a guerra, a França finalmente recuperava as províncias industriais da Alsácia e da Lorena, ambas capturadas pelos alemães em 1871. Foi a única nação vitoriosa que não assinou o Tratado de Versalhes, pois acreditava que a Alemanha tentaria invadir seu território daqui a 20 anos. Para prevenir que a indústria de guerra alemã voltasse a funcionar, em 1923, a França invadiu e ocupou todo o vale do Ruhr, o principal centro industrial da Alemanha e também a província da Renânia, com o intuito de assustar o governo alemão. Porém, a França começou a sofrer as primeiras mudanças para o mundo que conhecemos hoje. Muitos soldados coloniais franceses da África voltaram para casa sem o reconhecimento do governo francês e muitos iniciariam um longo processo de independência que só tomaria uma forma definitiva após a Segunda Guerra Mundial. Outra mudança foi na área econômica, onde a França foi a primeira nação da História a transferir toda a sua economia para a guerra que acontecia em seu território, mas que a deixaria atrasada em comparação as outras nações pelo mundo. Por fim, vários grupos socialistas iriam surgir nos anos seguintes e ganhariam muita força política na forma de sindicatos trabalhistas que ainda hoje causam bastante pressão política no governo francês.
 
 

Itália:

A Itália também sofreu durante a guerra, mas expandiu seu território com a queda do Império Austro-Húngaro. A Itália obteve o controle das províncias de Trentino, de Brenner, da Dalmácia (portão de entrada para os Balcãs) e algumas ilhas no Mar Adriático. Mesmo com esses ganhos territoriais, a Itália começava a mostrar sinais de transformações políticas. Mesmo sendo uma monarquia, o rei era só um símbolo. O verdadeiro poder vinha do parlamento. Porém, grupos socialistas começavam a surgir com o intuito de mudar o modo de vida dos italianos para melhor e transformar a Itália numa nação unida e poderosa como nos tempos dos romanos. Entre esses grupos socialistas, existia um bem radical conhecido como os Camisas Negras de Roma, liderados por um ex-soldado e jornalista chamado Benito Mussolini, que abriria o caminho para o fascismo se espalhar pela Europa nos próximos anos.
 
 
 

China:

A China só entrou na guerra em 1917 e despachou milhares de trabalhadores para a Europa, nenhum soldado. Durante o Tratado de Versalhes, a China, que fazia parte dos aliados, não havia sido convidada para tal evento. Assim mesmo, ela aproveitou para levantar a questão de recuperar território seu que ainda era controlado pelas nações européias. Porém, ninguém deu bola pelas exigências chinesas. Por causa desse esquecimento feito pelos europeus, grupos políticos nacionalistas começaram a surgir pelo território chinês, entre eles estavam o Kuominteng e o Partido Comunista Chinês. Era o início bem violento e conturbado de toda a  História da China.
 
 
 

Japão:

Como membro dos Aliados e importante na derrota alemã na Ásia, o Japão pôde ficar sobre controle de todas as antigas colônias alemãs no Pacífico Central. Ao mesmo tempo, o Japão aproveitou para aumentar seu poderio naval e começar a execer controle em algumas rotas comerciais do Pacífico. Por causa desse aumento em seu poder naval, Inglaterra e EUA tentaram estabelecer um Tratado Naval com o Japão nos anos 1920, mas esse tratado acabaria sendo ignorado pelo Japão nos anos 1930. Para os japoneses, parecia que o momento de dominar o mundo estava se aproximando.
 
 

Bibliografia:

 





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