Segunda Guerra Mundial - Origens

 

As Origens da Segunda Guerra Mundial

(1919-1939)

 

O Tratado de Versalhes Humilha a Alemanha

Representantes das nações que lutaram na Grande Guerra assinam o Tratado de Versalhes.
 
 
O Tratado de Versalhes foi um extenso e importante documento que trouxe fim à Grande Guerra. Depois de quase cinco anos de matança e destruição, as nações que lutaram na guerra se encontraram no Palácio de Versalhes, França, para acabar de vez com esse conflito. As nações aliadas, vitoriosas do conflito, exigiram enormes quantias de dinheiro das nações derrotadas e também o controle de vários territórios locais e colônias. As nações derrotadas sofreram para cumprir essas exigências, principalmente a Alemanha, que não só tinha dinheiro suficiente para pagar e cumprir essas exigências, como também estava sofrendo uma enorme crise de fome, onde milhares de civis estavam morrendo, e uma pequena guerra civil entre vários partidos políticos após a queda do Imperador Guilherme II. Para piorar, todo o seu exército foi desarmado e somente 100.000 políciais e guardas de fronteira puderam ser mantidos para estabelecer a ordem na nação. A Alemanha também perdeu seus tanques, canhões de artilharia, navios de guerra, submarinos e aviões que utilizou em toda a Grande Guerra. As províncias francesas da Alsácia e Lorena foram reocupadas pela França e os aliados ocuparam toda a região do Vale do Ruhr, controlando toda a indústria alemã. Na Europa Oriental, a recém-estabelecida nação da Polônia, que lutava contra uma ocupação soviética, dominou todas as províncias orientais da Alemanha e isolou a Prússia Oriental do resto da nação alemã. Por fim, grupos comunistas estavam ganhando força nas lutas políticas pela Alemanha e havia rumores que um pequeno grupo radical de direita estava ganhando o apoio de veteranos da guerra para uma iminente batalha contra os socialistas de esquerda.
 
 



A República de Weimar - A Alemanha Renasce das Cinzas da Guerra

Parada militar da guarda nacional em Berlim.
 
Estabelecida logo após o fim da Grande Guerra, a República de Weimar foi criada para tentar manter a paz na nação e evitar que uma guerra política e ideológica arruinasse o que havia sobrado da Alemanha. De início, as brigas entre os vários partidos foram intensas e a República sofreu muito para estabelecer um controle e um equilíbrio entre esses partidos. Nos anos 1920, a República começou a recuperar a economia devastada pela Grande Guerra e a crise de fome desapareceu por completo. Em 1923, o Partido Nacional Socialista, liderado por um veterano da guerra chamado Adolf Hitler, tentou aplicar um golpe de estado contra a República em Munique, mas acabou derrotado pela guarda nacional e seu líder preso por alta traição. Em 1925, a economia alemã superou todas as outras economias européias e a República começou a traçar planos para recuperar sua zona industrial, ainda controlada pelos aliados. Porém, o "renascimento" alemão sofreu uma horrível reviravolta quando em 1929 ocorreu nos EUA a queda de valores de Wall Street. Logo de imediato, milhares de alemães ficaram desempregados e a grande economia alemã despencou. Em 1932, novas eleições para Chanceler da Alemanha ocorreram e Adolf Hitler, solto em 1924, ganhou o título e o Partido Nacional Socialista dominou quase todo o Parlamento Alemão. Em 1933 Hitler assumiu o título de Chanceler, mas decidiu esperar pela morte do Presidente Hindenburg, general veterano da Grande Guerra, para dominar todo poder político na Alemanha e extinguir a República de Weimar em 1934.
 
 
 
 
 

A Alemanha Nazista - Uma Nova Era para os Alemães?

Milhares de soldados alemães assistem aos discursos de Hitler em Nuremberg, Alemanha.
 
Oficialmente estabelecido em 1933, após Hitler assumir a posição de Chanceler da Alemanha, o novo governo de extrema direita se mostrou determinado a corrigir todos os erros do passado e trazer a Alemanha de volta para sua época de grande nação européia. Quando Hindenburg morreu em 1934, Hitler rapidamente controlou o vácuo de poder e proibiu mais eleições na Alemanha. Com isso, Hitler se tornava o líder supremo de uma nação inteira, o chamado Führer. De imediato, o Partido Nacional Socialista se transformou no infame Partido Nazista e a partir daí as coisas começaram a melhorar para a Alemanha, somente no início. Hitler promoveu uma enorme reforma econômica e social para trazer a Alemanha para seus dias de glória. Construiu um sistema de estradas avançado, expandiu a indústria alemã para outras regiões da nação, sem necessitar do Vale do Ruhr, ainda ocupado por forças aliadas, estabeleceu como ilegal todos os partidos de esquerda e extinguiu os sindicatos trabalhistas. As condições sociais para a população alemã melhoraram em poucos meses e Hitler acabou sendo idolatrado pelos alemães como um herói. Muitos iam aos seus excêntricos e exagerados discursos em Nuremberg, sul da Alemanha, só para ver de perto o mais novo líder da Alemanha. Porém, enquanto essas maravilhas modernas deixavam a população feliz, por trás da cortina, os nazistas já promoviam uma "caça às bruxas" aos judeus e alemães socialistas. Milhares acabaram presos e deportados para os campos de concentração. Seus pertences eram entregues para o alto comando nazista e usados para a criação de uma nova indústria bélica. Graças as propagandas do ministro Joseph Goebbels e das grandes construções de Albert Speer, a populaçào alemã simplesmente ignorou a perseguição dessas minorias e vislumbrou, com grande alegria, uma nova era para uma nova Alemanha. Mas, por quanto tempo essa paz e esse progresso duraria?


 

A Retomada da Renânia - Os Nazistas Recuperam sua Indústria Bélica

Tropas alemãs marcham numa cidade alemã na Renânia, logo após a retirada das últimas tropas aliadas na região.
 
Em 1936, Hitler mobilizou metade de seu exército na fronteira da Renânia (zona industrial da Alemanha), que ainda se encontrava sob ocupação de tropas aliadas (franceses e belgas) para retomar o que era do povo alemão. Depois de vários dias de tensão, manobras políticas e militares de ambos os lados, os membros da Liga das Nações, com o intuito de evitar uma nova guerra mundial, convenceram os líderes da França e da Bélgica a entregarem de volta a zona industrial para a Alemanha. França e Bélgica aceitaram a proposta e retiraram todas as suas tropas da Renânia. No dia seguinte à retirada dos aliados, tropas alemãs adentraram nas principais cidades da Renânia, aos prantos de eufóricos civis alemães que finalmente estavam de volta a "Terra Pai". Era o início das conquistas "sem sangue" de Hitler pela Europa.
 
 
 

A Anexação da Áustria - A União de Dois Povos

Tanques alemães desfilam pelas ruas de Viena, capital da Áustria, durante a anexação do país pela Alemanha.
 
Em 1938, Hitler mirou no seu próximo alvo: a Áustria. Depois da queda do Império Austro-Húngaro, a Áustria se tornou uma pequena república nacionalista que vivia em constantes brigas políticas entre grupos de direita e de esquerda. Quando Hitler assumiu o comando da Alemanha, uma de suas promessas era reunir todos os povos germânicos numa única nação. A Áustria era um desses povos germânicos, mesmo tendo alguns dialetos diferentes. Muitos austríacos apoiavam a ideia de unificação com os alemães. Em março, um plebiscito foi feito para saber a opinião das pessoas em relação a Alemanha e quase toda a população austríaca deu sim para uma possível anexação. Quando a notícia alcançou Hitler, este imediatamente despachou dezenas de divisões alemãs para a fronteira. Porém, o governo austríaco não apoiava se unir aos alemães e queriam se manter neutros. Mas, seguidores fanáticos do nazismo acabaram assassinando o primeiro-ministro austríaco e colocaram um representante do partido no lugar. Com esse obstáculo eliminado, Hitler deu o sinal para a anexação ocorrer. Em menos de 24 horas, milhares de soldados e centenas de tanques alemães atravessaram a fronteira e ocuparam o país inteiro sem ninguém morrer. De imediato, todos os austríacos ganharam nacionalidade alemã e a Áustria virou uma mera província no expansivo Império Nazista. Hitler obteve outra vitória "sem sangue" na Europa e logo estaria em outra nação.
 
 
 
 

A Crise dos Sudetos - O Fim da Tchecoslováquia

Adolf Hitler, Benito Mussolini e representantes da Inglaterra e da França se encontram em Munique para decidir o futuro da Tchecoslováquia.
 
Ainda em 1938, Hitler começou a mobilizar seu exército para a fronteira da Tchecoslováquia com o intuito de anexar a região dos Sudetos, pois a maioria da população era germânica. Porém, o governo tcheco não mostrou interesse em entregar essa região rica em minérios para os alemães. Os tchecos rapidamente mobilizaram seu moderno exército na poderosa Linha Bratislava, com o motivo de defender sua nação de uma possível invasão alemã. Hitler sabia que seu exército não estava pronto para enfrentar um exército moderno como dos tchecos e decidiu pressionar a Liga das Nações para resolver a crise regional. A Liga sentiu as pressões de Hitler e despachou os representantes da Inglaterra e da França para resolver o conflito. O encontro aconteceu em Munique, no sul da Alemanha, e lá Hitler, Mussolini (que não tinha nada a ver com essa crise) e os líderes da Inglaterra e da França assinaram um acordo secreto, que nem mesmo a Tchecoslováquia sabia, para entregar os Sudetos para a Alemanha e evitar um novo conflito armado na Europa. Quando os tchecos souberam do chamado Acordo de Munique, o governo ficou horririzado com a decisão, mas obedeceu o que foi estabelecido. Os Sudetos foram anexados pela Alemanha e a crise desapareceu. Porém, no início do ano 1939, Hitler aproveitou a calmaria do governo tcheco e invadiu a nação com uma rapidez incrível. Os tchecos não resistiram a essa invasão e os poucos que escaparam foram para as nações ocidentais da Europa. Com isso, a Tchecoslováquia se dissolvia e uma nova nação fascista chamada Eslováquia aparecia para controlar metade do território tcheco. A outra metade seria controlada pelos alemães e húngaros.
 
 
 
 
 
 

Próximo Alvo: Polônia - Hitler se Prepara para a Guerra

Tropas alemãs marcham para a fronteira da Polônia, iniciando os planos de conquista de Hitler para a Europa.
 
Hitler, satisfeito com a rápida vitória na Tchecoslováquia, queria obter mais conquistas "sem sangue", antes de entrar num conflito armado definitivo. Seu próximo alvo foi a cidade alemã de Dantzig que ficava dentro de território polonês e era a "ponte" de acesso entre a Alemanha e a Prússia Oriental. O chamado Corredor Polonês era a única região onde a Polônia tinha acesso ao Mar Báltico e era de extrema importância para os poloneses. Hitler não queria saber e ordenou que os poloneses devolvessem a cidade e seus arredores ou sofreria as consequências de uma guerra. Os poloneses não se sentiram ameaçados e começaram a mobilizar seu exército para proteger suas terras. Enfurecido, Hitler ordenou a mobilização total dos exércitos alemães para uma possível invasão da Polônia. Porém, Hitler tinha que convencer a URSS de que não tinha intenções de invadi-la. Em agosto ocorreu o encontro mais improvável da História. O ministro de relações exteriores alemão, Joachim von Ribbentrop, se encontrou com o ministro Molotov em Moscou e lá assinaram o Acordo Ribbentrop-Molotov. Esse documento falava que quando a Polônia fosse derrotada, a Alemanha e a URSS dividiriam o território polonês em dois e manteriam uma neutralidade pelo resto da guerra. Com a URSS fora do caminho, Hitler pode finalmente se preparar pela guerra que tanto queria fazer. Já as nações ocidentais da Europa (Inglaterra e França) estavam chocadas pelo acordo que a Alemanha fez com os soviéticos e seus líderes já planejavam mobilizar seus exércitos para ajudar os poloneses. Desse modo, a paz na Europa acabava e a Segunda Guerra Mundial finalmente começava.
 
 
 

Bibliografia:

  • Beevor, Antony. "A Segunda Guerra Mundial". Ed. Record. Rio de Janeiro, RJ, 2015.






 








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Grécia

Primeira Guerra Mundial - Frente Ocidental

As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - EUA