As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Waterloo
A Batalha de Waterloo
(1815)
Cavalaria britânica lança-se ao ataque contra o exército francês de Napoleão em Waterloo.
Facções: Império Francês (Napoleão Bonaparte) x Sétima Coalizão (Duque de Wellington - Inglaterra).
Forças: Franceses: 73.000 homens e 252 canhões x Aliados: 118.000 homens e 156 canhões.
Perdas: Franceses: 26.000 mortos e feridos e 7.000 capturados; Aliados: 24.000 mortos e feridos.
Resultado: Decisiva Vitória da Coalizão.
Local: Waterloo, Bélgica.
Setas Vermelhas (Ofensivas Francesas); Setas Azuis (Contra-Ataques Aliados); Cruzes Marrons (Batalhas Secundárias); Cruz Preta (Batalha de Waterloo).
A Batalha: Depois do desastre em Trafalgar, Napoleão decidiu se focar na campanha terrestre para conquistar o resto da Europa para o Império Francês. Em 1806, ele derrotou os prussianos e os austríacos numa extraordinária campanha. Em 1807, a Rússia tentou invadir o novo território francês, mas acabou derrotada em várias batalhas contra Napoleão. Alexandre I, czar da Rússia, decidiu unir forças com Napoleão contra o Império Britânico, pois Napoleão queria esmagar a Inglaterra por um bloqueio econômico pelo continente europeu.
Depois de várias vitórias inglesas, no comando do duque de Wellington, sobre os franceses em Portugal e na Espanha, com medo de perder o controle de seu recém-estabelecido império na Europa, Napoleão reuniu 600.000 homens para invadir e conquistar a Rússia. Seu objetivo central era de derrubar o reinado de Alexandre I, pois o líder russo não cumpriu o trato feito com Napoleão sobre o bloqueio continental contra a Inglaterra e voltou a negociar economicamente com os ingleses. Mas, a campanha na Rússia foi um imenso desastre militar para Napoleão. Seu "grande" exército foi destruído pela resistência russa, seu imenso território e pelo brutal inverno de 1812 a 1813.
Em 1814, uma enorme coalizão foi formada e invadiu a França. Napoleão tentou de tudo para manter os invasores longe de Paris, mas, pressionado por seus generais, Napoleão abdicou ao trono e se rendeu para o inimigo. Como punição, foi enviado para uma prisão britânica na ilha de Elba, no Mediterrâneo. Porém, sua estadia na ilha duraria pouco tempo. Com ajuda de seguidores leais, Napoleão escapou de Elba, em 1815, voltou para a França e iniciou um novo levante popular contra o mais novo monarca Luís XVIII. Quando exilou Luís XVIII e assumiu o trono, Napoleão avisou as outras nações européias que ele queria a paz e não mais a guerra. Mas, ninguém acreditou na sua história. Em Junho, uma nova coalizão européia foi formada e invadiu a França para destruir Napoleão de vez. Mas, como sempre, Napoleão facilmente derrotou seus inimigos, incluindo o duque de Wellington e o marechal prussiano Blücher.
Napoleão derrotou os prussianos em Ligny, em 12 de junho, e rumou para Bruxelas, capital da Bélgica. No caminho, Napoleão se deparou com um exército inglês e dinamarquês, comandado pelo duque de Wellington no Monte Saint Jean, perto de Waterloo. Em 18 junho, Napoleão se reuniu com seus marechais e mostrou seu plano de batalha para acabar com Wellington. Ele começaria a batalha com um imenso ataque de artilharia por duas horas. Depois faria um ataque direto com toda a infantaria para eliminar os sobreviventes do bombardeio. Um de seus marechais informou Napoleão que os britânicos eram excelentes atiradores e podiam facilmente dizimar a infantaria francesa, mas, Napoleão não deu bola pelo conselho e lançou o ataque como havia planejado.
Napoleão iniciou o combate avançando toda a sua infantaria, com forte apoio de artilharia, contra as linhas britânicas que estavam espalhadas pelo local. Porém, as tropas de Napoleão só conseguiram obter ganhos territoriais no flanco esquerdo, enquanto no flanco direito e no centro a infantaria foi rechaçada com grandes baixas. Aproveitando a brecha dos ingleses no flanco esquerdo, Napoleão despachou toda a sua cavalaria, comandada pelo marechal Michel Ney, contra a retaguarda do exército britânico, onde estava localizada a artilharia e a reserva dinamarquesa. Mas, os dinamarqueses estavam em formação de quadrados e facilmente dizimaram a cavalaria francesa. Talvez o maior erro de Napoleão na batalha inteira foi de ter mantido na reserva sua poderosa Guarda Imperial, formada pelos melhores e mais bem treinados soldados do Império Francês, nesse momento decisivo.
Porém, Napoleão notou uma coluna de fumaça vindo a sudoeste de sua posição e ele concluiu que eram os prussianos de Blücher chegando para ajudar os britânicos. Foi esse o principal motivo de não ter usado a Guarda Imperial na hora exata. Quando Napoleão despachou toda a Guarda Imperial contra os britânicos, já era tarde demais, Wellington havia recuperado seu flanco esquerdo e restabelecido sua linha original de batalha. A Guarda tentou contornar as defesas britânicas pela retaguarda, mas acabaram sendo surpreendidos por tropas holandesas escondidas em trincheiras camufladas. Quando a Guarda começou a sofrer horrendas baixas, os sobreviventes, veteranos de todas as campanhas que Napoleão venceu na Europa anos antes, fugiram em desespero para seu general. Foi esse momento que Wellington esperava. O duque subiu no seu cavalo e ordenou o ataque final britânico contra os franceses.
O exército francês se desmachou com o imenso ataque aliado e mais de 26.000 franceses foram perdidos. Outros 7.000 franceses acabaram sendo capturados. Porém, os britânicos e seus aliados sofreram enormes perdas também com um total de 24.000 mortos e feridos. Dias após a última batalha de Napoleão, o imperador francês se rendeu para Wellington e acabou enviado para a Ilha de Santa Helena no Atlântico. Foi nessa prisão que Napoleão viveu seus últimos anos escrevendo sua grande biografia até a sua morte por envenenamento feito pelos britânicos. Assim, terminava uma era em que um único homem dominou sozinho o continente europeu.
Curiosidades:
- No filme ítalo-russo "Waterloo", de 1970, o ponto central desse épico de guerra é a batalha de Waterloo. É o melhor filme para entender como foi a batalha e as decisões estratégicas de seus líderes. É também o filme de guerra que usou mais de 10.000 figurantes para reconstruir com perfeição os principais eventos dessa épica batalha.
- Na franquia de jogos de estratégia para PC, "Total War", há uma versão totalmente focada nas Guerras Napoleônicas e a batalha de Waterloo é uma das missões principais da campanha do jogo.
- A batalha é estudada até hoje pelas principais escolas militares, pois é considerada uma das batalhas mais complexas e exemplares da História.
Bibliografia:
- Willard Crompton, Samuel. "100 Guerras que mudaram a História do Mundo". Ed. Prestígio, Rio de Janeiro, RJ, 2002.
- https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Waterloo (página em inglês).
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