Segunda Guerra Mundial - Barbarossa
A Operação Barbarossa
(22 de Junho - 5 de Dezembro, 1941)
Área Vermelha (Império Nazista); Setas Vermelhas (Avanços Alemães); Setas Verdes (Avanços Romenos, Búlgaros, Húngaros e Italianos); Setas Marrons (Contra-Ataques Soviéticos).
Informações Técnicas:
Facções: Eixo (Alemanha, Romênia, Finlândia, Itália, Hungria, Eslováquia e Croácia - Adolf Hitler) x URSS (Joseph Stalin).
Forças: Eixo: 3.800.000 homens, 6.800 tanques e blindados, 5.300 aviões e 23.400 canhões x URSS: 2.900.000 homens, 11.000 tanques e 9.100 aviões.
Perdas: Eixo: 1.000.000 mortos e feridos x URSS: 2.300.000 mortos e feridos (ainda havia milhões de reservistas concentrados na Sibéria e na Ásia).
Resultado: Fracasso Tático do Eixo; Início da Frente Oriental; Eixo fracassa em capturar Moscou; Tem início os Contra-Ataques Soviéticos de Inverno.
Local: Toda a Europa Oriental.
A Batalha de Brest-Litovsk - O Início da Operação
Tropas alemãs utilizam um canhão anti-tanque para neutralizar as defesas da fortaleza soviética.
Em 22 de Junho de 1941, em toda a fronteira da URSS, a maior invasão terrestre da História tinha início. Enquanto a maioria das guarnições de fronteira soviéticas se rendiam sem luta ou com pouca resistência, a tropa soviética da fortaleza de Brest-Litovsk decidiu resistir até o fim a invasão alemã.
Mesmo sendo pegos de surpresa por essa ousada defesa soviética, os alemães tinham tanques e armas pesadas para destruir a fortaleza uma parte por vez. Porém, os soviéticos repeliram todos os ataques que os alemães lançaram contra a fortaleza e após uma semana de cerco, os soviéticos restantes se renderam para os alemães.
A notícia dessa ousada resistência soviética foi imediatamente usada como propaganda para Stalin convencer as suas tropas que era melhor resistir até a morte do que se render. Mas, o efeito foi misto, pois com essa enorme invasão acontecendo e a rápida queda de uma fortaleza considerada impenetrável, fez com que a moral soviética caísse drasticamente. Porém, isso era só o início de mais fracassos soviéticos.
Os Combates Aéreos - A Força Aérea Soviética é Aniquilada
Stukas alemães aproveitam a superioridade aérea obtida durante a invasão. Após a batalha de Moscou a situação mudaria drasticamente.
Em 22 de junho, enquanto os panzers alemães avançavam pelas planícies russas e esmagavam as fortalezas da fronteira, os aviões alemães rapidamente atacavam e destruíam centenas de aviões soviéticos ainda pousados em seus principais campos aéreos. Em menos de 24 horas, a Força Aérea Soviética havia sido aniquilada, antes mesmo de reagir ao ataque alemão.
Porém, algumas unidades aéreas, principalmente aquelas próximas de Moscou, conseguiram sobreviver aos ataques aéreos alemães e reagir a invasão. Por vários dias, os poucos aviões soviéticos participaram de intensos e brutais combates aéreos e mostraram aos alemães que mesmo tendo aviões obsoletos, seus pilotos ainda eram bem treinados e preparados para a guerra. Também, alguns poucos bombardeiros soviéticos lançaram ataques suicidas contra os panzers alemães, mas causaram nenhum dano que parasse o avanço alemão.
Já os alemães aproveitaram ao máximo o poderio aéreo para destruir concentração de tanques soviéticos, depósitos, centros de comando e centros de comunicação, causando mais caos nas linhas soviéticas do que nunca. Foi um período de glória para a Luftwaffe que só terminaria com a chegada do inverno durante a luta por Moscou.
A Batalha de Raseiniai - Os Panzers superam os Tanques Soviéticos
Panzers alemães avançam pelas planícies da Lituânia durante a invasão da URSS. Momentos após essa foto, esses panzers estariam enfrentando uma enorme força blindada soviética na região.
Em 23 de Junho, segundo dia da invasão alemã na URSS, 245 panzers avançavam rapidamente pelas planícies da Lituânia para alcançar e capturar a cidade industrial de Leningrado. Porém, quase 800 tanques soviéticos contra-atacaram essa força blindada alemã perto de Raseiniai resultando numa das maiores batalhas blindadas da História.
Mesmo tendo excelentes tanques como o KV-1 e o T-34, os soviéticos ainda utilizavam muitos tanques leves e inferiores aos alemães. Mas, isso não deixou o combate tão fácil. Por cinco dias, os tanques soviéticos lançavam ataques quase suicidas contra os panzers alemães. Nos primeiros dias, parecia que os soviéticos venceriam a batalha. Mas, por causa de má-coordenação entre os oficiais soviéticos, os alemães se recuperaram do choque inicial e dizimaram as brigadas blindadas soviéticas uma atrás da outra. Em 27 de Junho tudo estava acabado e o caminho para Leningrado aberto. Quase todos os tanques soviéticos foram destruídos, enquanto os alemães só perderam alguns poucos veículos.
A Batalha de Kamenevo - Os Soviéticos Atrasam o Avanço do Eixo na Ucrânia
Panzers alemães avançam por uma estrada em direção à Kamenevo.
Enquanto os alemães avançavam com facilidade pelo norte e centro da URSS, as forças alemãs no sul (atual Ucrânia), acompanhadas por tropas romenas, húngaras e italianas, estavam encontrando uma determinada e organizada defesa. Perto da cidade de Uman, na fronteira com a Romênia, havia uma passagem estreita, mas importante, chamada Kamenevo. Os alemães precisavam captura-la para tomar Uman e avançar contra Kiev. Porém, tropas mecanizadas soviéticas rapidamente ocuparam a passagem e montaram poderosas defesas na área.
Os soviéticos sabiam que não conseguiriam segurar por muito tempo o avanço do Eixo, mas fariam o máximo para atrasa-lo. E foi o que aconteceu. De 22 de Junho até 13 de Julho, os alemães e seus aliados sofreram várias derrotas em Kamenevo e não conseguiam passar as defesas soviéticas. Os romenos até tentaram flanquear a posição soviética pelo porto de Odessa, mas essa cidade resistiu ao ataque romeno e estes ficaram presos num longo cerco.
Tudo estava indo bem. Uman e Kiev haviam sido reforçadas. Os soviéticos conseguiram o tempo que queriam e abandonaram Kamenevo no dia 13 de Julho. Quando os alemães alcançaram Uman, encontraram uma cidade fortalecida e preparada para o ataque do Eixo. A luta por Uman duraria até o início de Agosto, quando os alemães finalmente capturaram a cidade e rumaram para Kiev.
A Batalha de Kiev - Os Alemães Sofrem para Conquistar a Capital da Ucrânia
Tropas alemãs marcham pelos arredores de Kiev. Por estar localizada no meio do grande rio Dnieper, boa parte de Kiev era cercada por pântanos de difícil acesso. Panzers não funcionavam bem nessa região.
Em 23 de Agosto, após os pesados combates em Uman, tropas alemãs finalmente alcançaram os arredores de Kiev, capital da Ucrânia. Porém, os alemães viram que os soviéticos tinham seis exércitos defendendo a cidade e perceberam que o combate seria difícil.
Primeiramente cercaram a cidade. Mas, um dos exércitos soviéticos conseguiu escapar a tempo. Já os outros cinco exércitos ficaram presos e lutariam até a morte.
O combate pela cidade foi um dos piores combates urbanos nessa época e os alemães sofreram muitas baixas em homens e panzers até subjugarem a resistência soviética em 26 de Setembro. Kiev se encontrava arrasada, mas cinco exércitos soviéticos haviam sido esmagados. Após essa batalha, milhares de ucranianos se juntaram aos alemães como voluntários, pois haviam sofrido por muitos anos a ditadura soviética e acreditavam que os alemães eram seus libertadores.
Com Kiev segura, os alemães e seus aliados avançaram pelas planícies ucranianas, isolaram a Criméia, capturaram Kharkov e Kursk e alcançaram a entrada do Cáucaso em Rostov. Eram tempos de glória para os nazistas.
A Batalha de Moscou - Os Soviéticos Detém a Invasão Alemã
Tropas alemãs, apoiadas por um panzer, avançam contra as defesas soviéticas nos arredores de Moscou. Quando o inverno chegou, a ofensiva alemã perdeu força e os soviéticos retaliaram.
Em Outubro de 1941, a situação era crítica para o governo soviético. Seus exércitos ocidentais haviam sidos quase todos destruídos pela avalanche nazista. Moscou só possuía 600.000 homens para defender seus arredores. Os alemães tinham 1.400.000 homens para conquistar e destruir a capital do comunismo. Parecia que o fim estava próximo. Porém, quando os meterologistas alemães anunciaram que o rigoroso inverno russo estava chegando, Hitler não perdeu tempo e lançou sua ofensiva contra Moscou. Chamada de Operação Tufão, essa ofensiva deveria cercar e aniquilar todas as forças soviéticas que ainda defendiam a capital. Muitos líderes comunistas fugiram para o interior da Sibéria, mas Stálin recusou e decidiu ficar até o fim.
Em 2 de Outubro, a ofensiva alemã teve início com grandes avanços de seus panzers contra as poucas defesas soviéticas que ainda restavam. Mesmo desmoralizados e em menor número, os soviéticos ofereceram uma fanática defesa em Vyazma e em Bryansk até a queda de ambas as cidades. Após esses combates, os alemães alcançaram a última linha de defesa soviética em Mozhaisk. Mesmo conseguindo tomar esse último obstáculo, o alemães pararam quando o inverno russo chegou com força total.
Panzers e aviões alemães pararam de funcionar, pois seus combustíveis ficaram congelados e os homens não tinham proteção contra esse tipo de inverno. Muitos alemães ficaram doentes ou morreram congelados. Assim mesmo, Hitler ordenou o resumo da ofensiva.
Em dezembro, Moscou era defendido pelos últimos 90.000 soldados de Stálin. Os alemães já estavam à 25km da capital e algumas unidades já podiam avistar o topo do Kremlin e até mesmo a enorme Praça Vermelha. Porém, o inverno ficou mais forte e os alemães não conseguiram avançar para completar essa batalha. Pressionado, Hitler ordenou o fim da Operação Tufão e uma pausa na queda de Moscou até o inverno passar em Março de 1942. Para Stálin, essa pausa alemã diante das portas de Moscou não pode vir na melhor hora. Atrás da capital, Stálin guardava uma imensa reserva de homens e tanques que só esperavam para destruir seu inimigo.
A Contra-Ofensiva Soviética de Inverno - Os Alemães Entram numa Guerra de Atrito
Tropas siberianas avançam para uma vila ocupada pelos alemães durante a contra-ofensiva soviética de Janeiro de 1942.
Em Janeiro de 1942, no meio do inverno russo, milhares de soldados soviéticos e tanques pesados atacaram toda a frente de batalha alemã, do norte até o sul, surpreendendo as enfraquecidas tropas alemãs e causando caos em suas fracas posições de defesa. As perdas foram altas para os alemães que rapidamente se retiraram para novas linhas de defesas improvisadas e após intensas batalhas conseguiram deter os contra-ataques soviéticos no início de Maio.
Porém, o estrago já havia sido feito e o destino da Alemanha pelo resto da guerra estava selado. Moscou fora salva e os alemães adentravam numa longa e brutal guerra de atrito contra um inimigo renovado e altamente treinado em condições extremas.
As tropas soviéticas usadas nesses contra-ataques eram da Sibéria e muito bem treinadas. Eram leais ao governo comunista, possuíam as melhores armas e tanques, tinham uma nova força aérea e conseguiram superar até mesmo as melhores e veteranas tropas do regime nazista. Muitos falaram que o fim do nazismo começou com o Dia-D de 1944, mas na realidade, ele já havia se iniciado após Moscou no início de 1942. Assim terminava a Operação Barbarossa.
Curiosidades:
- A Operação Barbarossa foi a maior invasão terrestre da História.
- Mesmo com perdas imensas, a URSS ainda possuía uma reserva militar de milhões de homens e mulheres prontos para morrer pela Nação-Mãe.
- A presença de tanques como o T-34 e o KV-1 mostrou aos alemães que precisavam modernizar suas forças blindadas para superar os blindados soviéticos.
- A Frente Oriental é conhecida pela Rússia como a Grande Guerra Patriótica.
Bibliografia:
- Beevor, Antony. "A Segunda Guerra Mundial". Ed. Record. Rio de Janeiro, RJ, 2015.
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