Segunda Guerra Mundial - As Conseqüências
O Mundo Pós-Guerra
As Conseqüências da Segunda Guerra Mundial
A Rendição do Japão:
Delegação japonesa abordo do encouraçado Missouri para assinar o acordo de paz com os aliados.
Após a Batalha de Okinawa, a situação para o Japão estava ficando cada vez pior. Milhares de seus melhores soldados ainda estavam presos na luta contra a China, sua Marinha estava em ruínas, seu poderio aéreo enfraquecido, a população passava fome e boa parte de suas cidades estavam destruídas por causa dos ataques incendiários americanos. Porém, o espírito de luta continuava alto e o fanatismo pelo imperador mostrava que os japoneses continuariam a lutar até o fim. Algo precisava ocorrer para faze-los mudar de ideia. Dois eventos levariam a derrota final do Japão.
O primeiro foi os dois ataques nucleares americanos contra Hiroshima e Nagasaki. Nos dias 6 e 9 de Agosto de 1945, dois bombardeiros americanos lançaram duas bombas nucleares que em segundos aniquilou ambas as cidades, mataram mais de 200.000 pessoas e deixaram milhares doentes por causa da radiação. Porém, o governo japonês não se intimidou facilmente.
O segundo motivo foi a imensa invasão soviética na Manchúria no dia 9 de Agosto que resultaria na destruição do maior e mais poderoso exército japonês, o Kwantung, em poucas semanas de lutas pesadas e desesperadas. Para piorar, os soviéticos ocupariam algumas ilhas japonesas próximas de Hokkaido, ameaçando o Japão com uma possível invasão inimiga.
No dia 15 de Agosto, o imperador Hirohito se reuniu com o parlamento japonês e decidiu que era hora do Japão aceitar a derrota ou ser aniquilado por dois poderosos exércitos inimigos. No mesmo dia, o imperador ordenou a rendição total de suas forças por toda a Ásia e pelo Pacífico. Em 2 de Setembro, forças americanas adentraram na Baía de Tóquio e lá foram recebidas por uma delegação japonesa, que no mesmo dia assinou a rendição incondicional do Japão diante das forças Aliadas. A Segunda Guerra Mundial havia finalmente acabado.
As Conseqüências:
O Reino Unido:
A economia estava em fragalhos. Suas cidades estavam destruídas por causa dos ataques aéreos e mísseis alemães. Suas forças armadas, mesmo numerosas, estavam enfraquecidas (principalmente sua Marinha). Se não fossem os acordos que estabeleceu com os EUA nos primeiros anos pós-guerra, a Inglaterra estaria em uma situação parecida com países de terceiro mundo.
A União Soviética:
Mesmo com imensas perdas em homens, civis e materiais bélicos, os soviéticos saíram do conflito extremamente fortalecidos e prontos para espalhar sua ideologia comunista pelo mundo. Muitas de suas cidades estavam em ruínas, mas rapidamente foram todas reconstruídas. Sua economia, que era fraca e obsoleta, cresceu, mas nunca chegou perto das nações ocidentais. Foi a segunda nação a se tornar uma potência nuclear.
A Alemanha:
Totalmente devastada pela guerra. Sua economia estava em frangalhos. Suas cidades arruinadas. O que restava de seus exércitos se renderam para os aliados em Maio de 1945. Sua população sofria com a fome e as perseguições ideológicas da URSS. Seria em Nuremberg, onde os nazistas de Hitler seriam julgados e condenados a longos anos de prisão ou executados pelos crimes de guerra que cometeram ao longo do conflito. Para piorar, por causa da ameaça comunista vinda da URSS, os aliados decidiram dividir a nação em várias regiões administrativas. Os ingleses controlariam o norte, os franceses controlariam o Reno e a fronteira ocidental, os americanos controlariam a região central e sul e por fim, os soviéticos controlariam toda a região oriental da Alemanha. Berlim, capital da nação, acabou sendo dividida entre os americanos (parte ocidental) e os soviéticos (parte oriental). Por causa dessa enorme divisão é que a Alemanha demoraria anos (1989 após a queda do Muro de Berlim) até finalmente voltar a ser uma nação própria e fora de controle externo.
A França:
Mesmo após um longo período de ocupação alemã, a França não sofreu grandes mudanças. Havia finalmente recuperado as províncias da Alsácia e da Lorena. Sua economia crescia a cada ano. Suas poucas cidades destruídas, foram rapidamente reconstruídas. A rivalidade com a Alemanha havia chegado ao fim e ambas as nações seriam grandes aliadas até hoje.
A Itália:
Após a morte de Mussolini, a Itália viveu um breve período de divisão entre grupos comunistas e capitalistas. Porém, graças a presença de tropas aliadas, uma guerra civil pode ser evitada. Mas, o país estava em ruínas. Sua economia demoraria anos até se recuperar. As perdas civis foram horrendas. Mas por ter se juntado aos aliados durante a guerra, a nação rapidamente se tornaria uma potência política naquela região da Europa.
A Áustria:
Saiu quase intacta da guerra. Mesmo assim, seria dividida entre americanos e soviéticos. Após muitas revoltas contra a ocupação soviética, em 1955, a Áustria voltaria a ser uma nação independente após a retirada soviética da região.
O Japão:
Foi a única nação atacada por armas nucleares. Mas, mesmo antes dessas armas serem usadas, o país já estava um caos. Suas fábricas estavam destruídas, suas cidades aniquiladas, a população civil passava fome e suas forças armadas estavam espalhadas, exaustas e sem condições de continuar lutando. Após a sua rendição, os americanos ocupariam todas a ilhas japonesas até 1962. As antigas colônias japonesas da Coréia, Formosa e Indonésia se tornariam nações independentes. Suas forças armadas seriam dissolvidas e transformadas numa pequena força de defesa. Mas, o mais incrível foi que o Japão voltaria a ser uma potência econômica em menos de 20 anos após o conflito ter acabado.
A Finlândia:
Após mudar de lado para os aliados em 1944, a Finlândia não sofreu muitas mudanças ou conseqüências da guerra. Pode manter seus territórios, que havia perdido para a URSS, mas sofreria um enorme bloqueio econômico dos soviéticos até o fim da Guerra Fria.
Os Estados Bálticos:
Por terem lutado ao lado dos nazistas, os três estados bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) acabaram sendo ocupados militarmente pela URSS. Nenhuma nação aliada protestou contra a ocupação soviética. Mesmo assim, uma longa e brutal guerrilha anti-comunista ocorreria até meados dos anos 1950.
As Filipinas:
Mesmo sendo libertadas pelos americanos em 1945, as Filipinas saíram arruinadas política e economicamente. Para piorar, grupos de soldados japoneses, ainda isolados nas montanhas continuariam a resistir ao novo governo filipino até 1975. As perdas civis e militares das Filipinas foram mais de 1.000.000 de mortos. De um país rico e bem desenvolvido, as Filipinas iriam se tornar um dos países mais pobres do mundo após a Segunda Guerra.
A Polônia:
De todos os países europeus, a Polônia foi o mais devastado e sofrido da guerra. Após a vitória alemã em 1939, os poloneses sofreriam imensas perdas de civis nas mãos dos nazistas, principalmente os judeus. Após o fim da guerra, em 1945, os soviéticos ocupariam o país, com a falsa promessa de reconstruí-lo. Durante toda a Guerra Fria, os poloneses sofreriam ainda mais nas mãos dos soviéticos. Após a queda do Muro de Berlim, em 1989, os soviéticos abandonariam uma Polônia devastada e explorada. Atualmente, é um dos países mais poderosos da Europa, pois o povo polonês mostrou que nunca desistiria de ter uma nação própria.
Os Aliados Criam a Organização das Nações Unidas (ONU):
Principais líderes aliados se reúnem para fundar a ONU.
Fundada logo após a derrota do Nazismo na Europa (a guerra contra o Japão continuava), os principais países aliados se reuniram em São Francisco, nos EUA, para criar uma nova organização mundial que pudesse prevenir futuros conflitos como a Segunda Guerra. A criação da ONU foi feita para substituir a decadente Liga das Nações, que havia fracassado em impedir o segundo conflito mundial. Maior e mais bem organizada, a ONU teria o principal objetivo de impedir qualquer conflito pelo mundo com ações diplomáticas entre as nações. Porém, algumas controvérsias acabaram surgindo e manchando a imagem do que seria essa organização política. A principal controvérsia foi de ter aceitado a entrada da URSS, que era totalmente contra a criação de tal entidade política, e dado grandes poderes aos soviéticos, como os americanos e ingleses também tinham. O objetivo era de criar um equilíbrio entre as potências mundiais, mas o resultado foi o oposto: o estabelecimento da Guerra Fria que quase levou o mundo um novo conflito mundial. Assim começava a polêmica história da maior organização política do mundo no momento.
A Guerra Fria domina o Cenário Mundial:
John F. Kennedy (presidente americano) e Chanceler Gorbachev (líder soviético), dois de muitos importantes personagens que existiriam durante a longa Guerra Fria.
Após a queda da Alemanha Nazista, os EUA e a URSS começaram uma corrida para obter o maior número de material bélico nazista avançado para modernizar suas forças armadas. Também, centenas de cientistas nazistas foram capturados por ambas as nações para desenvolverem novas armas de guerra. A situação ficou mais acalorada quando em Agosto de 1945, os americanos atacaram o Japão com duas armas nucleares, forçando a rendição daquele país, e mostrando ao mundo que os EUA era uma nação nuclear e poderosa. Tudo mudou nos anos seguintes quando os soviéticos mostraram ao mundo que haviam desenvolvido suas próprias armas nucleares. Em 1947, se iniciava a longa e tensa Guerra Fria, entre os americanos capitalistas e os soviéticos comunistas. O objetivo: o controle do mundo com uma das duas ideologias. Seriam longos anos de tensões políticas, ameaças nucleares, atos de espionagem e guerras regionais. A Guerra Fria mudaria para sempre o mundo que conhecemos hoje.
Bibliografia:
- Beevor, Antony. "A Segunda Guerra Mundial". Ed. Record. Rio de Janeiro, RJ, 2015.
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