As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Vietnã

 A Guerra do Vietnã

(1956-1975)

Soldados americanos avançam com apoio aéreo de helicópteros no Vietnã.

Informações Técnicas:

Facções: Vietnã do Norte e Vietcong (com apoio da China, URSS e Coréia do Norte) x Vietnã do Sul (com apoio dos EUA, Austrália e Coréia do Sul).

Forças: Comunistas: 860.000 homens x Aliados: 1.420.000 homens.

Perdas: Comunistas: 667.000 mortos e feridos x Aliados: 392.000 mortos e feridos.

Local: Vietnã, Camboja e Laos.

Resultado: Vitória Comunista; Retirada americana do Sudeste Asiático; Comunistas controlam o Vietnã, Camboja e Laos; Reunificação do Vietnã; Início da crise de refugiados vietnamitas; Início do Genocídio Cambojano e da Terceira Guerra da Indochina.

O Conflito:

Após a retirada francesa do Sudeste Asiático em 1954, uma guerra civil explodiu entre o governo do Vietnã do Sul com a guerrilha marxista conhecida como Vietcong. Recebendo armas e treinamento de oficiais soviéticos, o Vietcong lançou dezenas de ataques contra cidades e bases sulistas de 1956 até 1964. Em 1961, os EUA despachou um grupo de oficiais para treinar e lutar ao lado dos vietnamitas. Quando 1963 chegou, mais 16.000 americanos foram enviados para ajudar na luta contra o Vietcong. Em 1964, os EUA acusou o Vietnã do Norte de ter atacado e afundado um destroier americano no Golfo de Tonkin. Imediatamente, os EUA enviou mais de meio milhão de homens para ajudar o Vietnã do Sul a esmagar o Vietcong, que pedia por ajuda do Vietnã do Norte.

Cruzes Vermelhas (Ataques do Vietcong)

Em 1965, o Vietnã do Norte finalmente adentrou no conflito, apoiando o Vietcong. Nesse mesmo ano, teve seu primeiro confronto contra os americanos no Vale La Drang. Lá, 200 americanos venceriam um exército comunista de 4000 homens durante três dias de intensos combates. Em 1966, os comunistas lançaram uma enorme ofensiva na divisa dos dois Vietnãs, mas acabaram derrotados pelas defesas americanas concentradas na região. Em 1967, duas divisões norte vietnamitas, com apoio de tanques soviéticos, cercaram a base americana de Khe Sahn. Por várias semanas, eles tentaram tomar a base, mas fracassaram e recuaram com grandes baixas. Após três ofensivas fracassadas, os americanos acreditavam que os norte-vietnamitas não teriam mais condições de invadir o Vietnã do Sul. Porém, os comunistas já planejavam uma imensa ofensiva para 1968, que mudaria drasticamente a guerra.

Setas Vermelhas (Ofensivas Norte-Vietnamitas); Linhas Azuis (Defesas Aliadas).

Em Janeiro de 1968, durante a comemoração do ano novo vietnamita chamado de Tet, os norte-vietnamitas lançaram a sua maior ofensiva de toda a guerra. Em 24 horas, mais de 100.000 comunistas atacaram 36 cidades do Vietnã do Sul ao mesmo tempo, causando caos e confusão nas forças aliadas. Após o primeiro dia, a ofensiva comunista havia fracassado em capturar essas cidades, com exceção da cidade-fortaleza de Hue, mas mostrou ao governo americano que os norte-vietnamitas estavam longe de serem derrotados. O resto do ano seria focado na luta pela retomada da cidade de Hue. Mesmo cercados e em menor número, as poucas tropas comunistas lutariam até o fim contra os reforços americanos, causando enormes baixas e deixando a cidade totalmente arruinada. Após o susto da Ofensiva do Tet, muitos civis americanos começaram a fazer enormes manifestações contra a continuação da guerra, fortalecendo grupos antiguerra como os hippies.

Setas Vermelhas (Ofensiva do Tet); Cruzes Azuis (Vitórias Americanas contra a Ofensiva).

Em Maio de 1969, percebendo que a guerra no Vietnã era uma perda de tempo e de homens, o governo americano ordenou o início da retirada de suas tropas da região. Em Dezembro de 1971, só haviam no Vietnã do Sul, 184.000 americanos para apoiar o governo local. Durante esse período, os comunistas do norte se reorganizaram para novas ofensivas. Em 1972, os comunistas lançaram uma nova invasão do Vietnã do Sul e conseguiram capturar o Paralelo 17, a divisa do Vietnã. Como retaliação, os americanos iniciaram uma enorme e custosa campanha aérea contra o Vietnã do Norte, destruindo centenas de cidades, incluindo Hanói, capital do norte, e causando enormes baixas civis. Após meses de ataques aéreos contra o norte, que resultaram em grandes baixas aéreas americanas e quase nenhum resultado contra a infraestrutura comunista, as últimas tropas americanas deixaram o Vietnã do Sul em 1973, terminando a presença americana na região. Porém, a guerra ainda não estava finalizada.

Seta Vermelha (Ofensiva Comunista); Linha Azul (Defesas Aliadas); Linha Marrom (Rota Ho Chi Mihn); Cruzes Verdes (Ataques Aéreos Americanos).

Em 1974, o Vietnã do Norte avançou pela região central e capturou importantes cidades como Hue, Danang, Hoi An e Nha Trang. Em Janeiro de 1975, os comunistas lançaram a última ofensiva da guerra nas planícies centrais do Vietnã do Sul. Mesmo encontrando forte resistência dos remanescentes do exército sulista, a queda da nação capitalista era inevitável. Em 30 de abril, tropas e tanques comunistas adentraram a capital Saigon, que estava um caos, pois a população estava tentando abandonar a cidade diante do avanço comunista. No mesmo dia, o governo sulista se rendeu e a guerra terminou com uma enorme vitória para os comunistas do norte.

Setas Vermelhas (Ofensiva Comunista); Círculos Azuis (Locais de resistência sulista)

Curiosidades:

  • A Guerra do Vietnã é considerada a maior derrota na história dos EUA. Eles nunca mais voltariam a atuar na região militarmente.

  • Logo após a unificação do Vietnã, o governo comunista ainda teria que lidar com uma invasão chinesa no norte e intervir militarmente no Camboja para derrubar o governo genocida de Pol Pot, também um líder comunista.

  • Atualmente, o Vietnã é o oposto do que era durante a Guerra Fria. É o país mais rico e poderoso do Sudeste asiático. Seu governo, mesmo ainda seguindo uma ideologia socialista, segue os padrões ocidentais e sua economia é totalmente capitalista, indo na contramão do que seus líderes comunistas originais lutavam contra.

Bibliografia:

  • Willard Crompton, Samuel. "100 Guerras que mudaram a História do Mundo". Ed. Prestígio, Rio de Janeiro, RJ, 2002.














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