As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Yom Kippur

 A Guerra do Yom Kippur

(6-25 Outubro, 1973)

Tanque israelense passa ao lado de um comboio militar egípcio destruído durante os últimos dias da guerra.

Informações Técnicas:

Facções: Israel (com apoio dos EUA) x Egito e Síria (com apoio de quase todas as nações árabes, Cuba, URSS e Coréia do Norte).

Forças: Israel: 415.000 homens, 4700 tanques e blindados, 945 canhões de artilharia e 440 aviões x Egito e Síria (mais nações árabes e Cuba): 1.067.500 homens, 7600 tanques e blindados, 1720 canhões de artilharia, 450 aviões, 140 helicópteros, 104 fragatas lança-mísseis e 150 baterias de mísseis AA

Perdas: Israel: 10.800 mortos e feridos, 290 capturados, 1463 tanques e blindados destruídos, 387 aviões abatidos x Egito, Síria e Aliados: 53.500 mortos e feridos, 8.700 capturados, 2.300 tanques e blindados destruídos, todos os aviões abatidos e 19 fragatas afundadas.

Resultado: Vitória Militar Israelense; Vitória Política Egípcia; Israel expande seu território dentro do Egito e da Síria.

Locais: Canal de Suez e Colinas de Golã.


As Batalhas pelo Canal de Suez:

Linha Azul (Defesas Israelenses); Setas Vermelhas (Ofensiva Egípcia); Linha Vinho (Limite do Avanço Egípcio); Setas Azuis (Ofensiva Israelense); Linha Azul Claro (Limite do Avanço Israelense).

Após o enorme sucesso da Guerra do Seis Dias em 1967, Israel começou a construir várias fortificações no Canal do Suez e nas Colinas de Golã para deter futuros ataques árabes em seu território. Mesmo humilhados, Egito e Síria também aproveitaram a pausa para reconstruir seus exércitos e tentar destruir Israel em uma batalha decisiva. Recebendo novas armas da URSS e homens de Cuba, ambas as nações rapidamente se modernizaram e chegaram bem próximas do mesmo nível militar de Israel. Após um breve conflito de atrito de 1970-72, ambas as nações estavam prontas para atacar seu poderoso inimigo.

Em 6 de Outubro, durante a madrugada, centenas de soldados egípcios atravessaram o Canal de Suez e surpreenderam os defensores israelenses. Após uma caótica batalha noturna, a linha de defesa israelense estava em mãos egípcias. Quando o sol apareceu no horizonte, dezenas de pontes improvisadas foram construídas e em poucas horas mais de 100.000 egípcios haviam atravessado o canal, com 2.000 tanques e várias baterias AA de mísseis. Os israelenses não perderam tempo e lançaram centenas de ataques aéreos contra as pontes. Porém, o novo sistema AA egípcio abateu uma enorme quantidade de jatos israelenses em poucos minutos.

Em 7 de Outubro, reforços blindados israelenses lançaram um pesado contra-ataque contra as posições egípcias, mas sofreram enormes perdas diante dos novos mísseis AT soviéticos que dizimaram centenas de veículos blindados israelenses em poucas horas de combate. Nos próximos três dias, os egípcios fortificaram suas posições em Suez, mas fracassaram em avançar no exato momento em que Israel se reorganizava.

Em 14 de Outubro, os egípcios finalmente avançaram para o Sinai, mas foram facilmente derrotados pelos reforços israelenses que detiveram o ataque egípcio e causaram enormes perdas em tanques e blindados. No dia seguinte, os israelenses contornaram as defesas egípcias e aproveitaram as pontes construídas no Canal para invadir o Egito e isolar as forças egípcias em Suez.

Em 16 de Outubro, os egípcios despacharam dezenas de unidades blindadas para neutralizar a invasão israelense, mas acabaram todas destruídas pelos tanques judeus. Do dia 17 até o 20, os israelenses iriam avançar mais alguns quilômetros e adentrar na cidade de Ismailia. De 21 até 25 de Outubro, os egípcios tentariam retomar a cidade, mas sofreriam enormes perdas de blindados e jatos nos intensos combates que ocorreram no local. Em 26 de Outubro, com metade de seu exército preso em Suez, o governo egípcio se rendeu para os israelenses. Após assinar um cessar-fogo, Israel devolveria Ismailia e o Canal para o Egito, mas manteria o Sinai por mais alguns anos. O Egito também reconheceria a independência de Israel.



As Batalhas pelas Colinas de Golã:

Linha Azul (Defesas Israelenses); Setas Vermelhas (Ofensivas Sírias e Cubanas); Linha Vinho (Limite do Avanço Sírio); Setas Azuis (Contra-Ataques Israelenses); Linha Azul Claro (Limite do Avanço Israelense).

Como aconteceu no Canal de Suez após a Guerra dos Seis Dias, os israelenses construíram centenas de fortificações nas Colinas de Golã. Mesmo assim, quando os sírios lançaram sua ofensiva blindada em 6 de Outubro, essas defesas se mostraram obsoletas.

Em 6 de Outubro, ao mesmo tempo que os egípcios atacavam o Canal de Suez, os sírios lançavam uma imensa ofensiva blindada envolvendo mais de 5.000 tanques. Os israelenses só possuíam algumas centenas de tanques para tentar deter esse ataque inimigo. Somente no primeiro dia, os sírios conseguiram capturar metade das colinas de Golã e causar enormes perdas para os israelenses. Nos próximos três dias, os sírios ganhariam mais terreno.

Porém, uma unidade blindada israelense se entricheirou num vale, chamado Vale das Lágrimas, e conseguiu o impossível, deteve a ofensiva síria e causou mais de 1.000 baixas em tanques inimigos.

Após essa primeira derrota, os sírios começaram a flanquear essa unidade judia ao sul das colinas. Os tanques judeus novamente bloquearam o avanço sírio e destruiu uma enorme quantidade de tanques. Porém, reforços sírios chegariam em 12 de Outubro e destruiriam toda a unidade judia, que lutaria até morte. Mesmo conseguindo neutralizar essa unidade israelense, os sírios haviam perdido a força e decidiram defender o que conseguiram capturar.

Mas, no dia seguinte, 13 de Outubro, reforços israelenses contra-atacaram em toda a frente de combate e em poucos dias retomariam tudo. Em 14 de Outubro, o exército israelense invadiu a Síria e rumava para capturar a capital, Damascos. Boa parte do exército sírio seria destruído durante o avanço israelense para Damascos, forçando o governo sírio a pedir ajuda para nações aliadas.

Em 20 de Outubro, unidades israelenses alcançavam os arredores de Damascos. Porém, reforços cubanos e árabes impediram o avanço final contra a capital síria. De 21-25 de Outubro, tropas cubanas, com apoio de tanques iraquianos e sauditas, atacaram as posições israelenses, mas foram todas derrotadas. Não tendo mais condições de lutar e vendo o Egito se render em 26 de Outubro, o governo sírio assinou um acordo de cessar-fogo, mas negou reconhecer Israel como um estado independente. Assim terminava a Guerra do Yom Kippur. Israel manteria o controle das Colinas de Golã até hoje.

Curiosidades:

  • A Guerra do Yom Kippur foi o conflito mais sangrento entre Israel e seus inimigos árabes.

  • Essa guerra quase levou à destruição total da Força Aérea Israelense, a mesma que havia aniquilado os árabes na Guerra dos Seis Dias.

  • Atualmente a Síria, com apoio do Irã, continua sendo a única nação árabe vizinha de Israel, em estado de guerra com o país judeu, resultando em vários combates de fronteira nas Colinas de Golã

Bibliografia:

  • Willard Crompton, Samuel. "100 Guerras que mudaram a História do Mundo". Ed. Prestígio, Rio de Janeiro, RJ, 2002.







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