As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Golfo Pérsico
A Guerra do Golfo
(1990-1991)
Tanque iraquiano abandonado durante a luta pelo controle do Kuwait. Ao fundo, poços de petróleo queimados pelos iraquianos durante sua retirada do Kuwait.
Informações Técnicas:
Facções: Coalizão Militar (Kuwait, EUA, Reino Unido, Arábia Saudita, Egito e França) x Iraque.
Forças: Coalizão: 956.000 homens (sendo 700.000 americanos) x Iraque: 650.000 homens.
Perdas: Coalizão: 1300 mortos e feridos (a maioria foi por fogo amigo) x Iraque: 200.000 mortos, feridos e capturados.
Local: Kuwait e Iraque.
Resultado: Vitória da Coalizão; Iraque expulso do Kuwait; Infraestrutura do Iraque e do Kuwait destruídas; Poderio militar iraquiano enfraquecido; Revoltas populares no Iraque (até 1996); Saddam Hussein se mantém no poder.
Setas Iraquianas (Invasão do Kuwait); Linhas Marrons (Defesas Iraquianas); Pontos Verdes (Ataques Aéreos da Coalizão); Setas Azuis (Ofensiva da Coalizão).
O Conflito:
Após a horrível guerra contra o Irã ter resultado em nada para seu governo, Saddam Hussein, decidiu invadir o rico país petrolífero do Kuwait, com a desculpa de criar uma única nação árabe por todo o Oriente Médio.
Em 2 de agosto de 1990, mais de 100.000 soldados iraquianos, a maioria da poderosa Guarda Republicana, apoiados por centenas de tanques, blindados, helicópteros e aviões, invadiram o pequeno Kuwait, que ofereceu uma heróica resistência, e em 48 horas dominaram todo o país.
Em 8 de agosto, Saddam Hussein anunciou a anexação do Kuwait como uma província iraquiana e aumentou o preço do petróleo, ameaçando causar uma crise econômica mundial. Nos EUA, o principal comprador de petróleo do Kuwait, o presidente George Bush reprimiu a invasão iraquiana e deu a Saddam 24 horas para deixar o país. O ditador ignorou a ameaça americana e começou a construir fortificações no Kuwait e na fronteira do Iraque com a Arábia Saudita.
Bush imediatamente reuniu as principais nações aliadas na ONU e propôs uma intervenção militar para libertar o Kuwait do controle iraquiano. Uma imensa coalizão militar foi montada e enviada para a Arábia Saudita. Várias sanções econômicas foram feitas contra o Iraque, mas Saddam continuava confiante que as nações ocidentais não tinham "estômago" para uma guerra no deserto.
Não tendo outra alternativa, a ONU autorizou o uso imediato das forças armadas contra a ocupação iraquiana do Kuwait. No dia 16 de Janeiro de 1991, teve início a Operação Tempestade do Deserto. Em 24 horas, mais de 112.000 ataques aéreos aliados seriam feitos contra boa parte do Iraque, destruindo sua infraestrutura, defesas anti-aéreas, sua força aérea, sua pequena marinha e centro de comandos e de comunicação. Mais ataques aéreos continuariam até Março, mesmo após o fim do conflito.
Ainda em Janeiro, os iraquianos invadiriam uma parte da Arábia Saudita, mas seriam rechaçados com grandes baixas em tanques. Ao mesmo tempo, forças especiais americanas, inglesas e francesas fariam ataques noturnos contra as defesas iraquianas na fronteira da Arábia Saudita.
Em 24 de Fevereiro, durante a madrugada, todas as tropas aliadas iniciaram uma enorme ofensiva terrestre pela fronteira iraquiana para cercar e destruir o exército iraquiano que ocupava o Kuwait. Por três dias, os aliados avançaram pelo deserto iraquiano e dizimaram suas melhores tropas. No dia 27 de Fevereiro, ocorreu a maior batalha blindada desde a Segunda Guerra Mundial. Tanques americanos se depararam com mais de 500 tanques e blindados iraquianos numa estrada designada "Abcisssa 73". Em poucas horas de combate, os iraquianos iriam perder mais de 300 blindados, enquanto os americanos só perderiam um blindado de um total de 170 utilizados na ação.
Percebendo o plano aliado, Saddam Hussein ordenou a evacuação de todo o seu exército do Kuwait, mas o poderio aéreo aliado dizimaria essa evacuação em um único dia, causando a perda de quase 120.000 soldados iraquianos no local conhecido como a "Estrada da Morte".
Em 28 de Fevereiro, o Kuwait estava livre do controle iraquiano e os aliados já se aproximavam das cidades iraquianas de Basra, Najaf e Nassíria. Vendo que a derrota era iminente, Saddam anunciou o fim das hostilidades e se rendeu para as forças aliadas. Assim terminava o último grande conflito da Guerra Fria.
Curiosidades:
- Durante a retirada iraquiana, Saddam havia ordenado seus generais em destruir a economia do Kuwait, com a queima de todos os poços de petróleo que encontrassem pelo caminho. A destruiçao dos poços, causou um grave crise econômica na região, aumentou o preço do combustível e poluiu o golfo pérsico por anos.
- A Guerra do Golfo foi o último conflito onde o encouraçado americano USS "Missouri" iria atuar antes de se aposentar. Esse era um encouraçado que havia sido introduzido durante a Segunda Guerra Mundial contra os japoneses.
- Muitos soldados americanos, mesmo participando da imensa Operação Tempestade do Deserto, não iriam disparar um tiro sequer contra as forças iraquianas, por causa do rápido avanço dos blindados americanos nas linhas iraquianas. A maioria desses soldados acabaria tendo a chamada "Síndrome do Golfo" que causaria vários incidentes nas bases americanas no Oriente Médio e até nos EUA, onde esses soldados surtariam e causariam a morte de muitos colegas antes de serem mortos ou presos pelas autoridades.
Bibliografia:
- Willard Crompton, Samuel. "100 Guerras que mudaram a História do Mundo". Ed. Prestígio, Rio de Janeiro, RJ, 2002.
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