As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Bósnia

 A Guerra da Bósnia

(1992-1995)

Prédio do Governo Bósnio em chamas após um ataque de tanques sérvios; Generais sérvios comemoram o cerco de Sarajevo (a capital da Bósnia); Soldado da ONU vigiando um dos vários campos aéreos que ficavam próximo de Sarajevo.

Informações Técnicas:

Facções: Bósnia-Herzegovínia, Croácia e OTAN x Sérvia, Bósnia Ocidental e Montenegro

Forças: Bósnia e Aliados: 250.000 homens, 150 blindados e 200 canhões de artilharia x Sérvia e Aliados: 85.000 homens, 1000 blindados e 800 canhões de artilharia.

Perdas: Bósnia e Aliados: 36.000 mortos e feridos +33.000 civis mortos e feridos (sem contar os civis executados pela Sérvia) x Sérvia e Aliados: 21.000 mortos e feridos +4.000 civis mortos e feridos.

Local: Bósnia-Herzegovínia.

Resultado: Impasse Militar; Bósnia se separa da Herzegovínia; Mais de 100.000 bósnios executados; Primeiro genocídio após a Segunda Guerra Mundial; Ocupação da OTAN até os anos 2000; Estabelecimento do Acordo de Paz.

Área Vermelha (Bósnia Ocidental); Pontos Azuis (Defesas Bósnias); Setas Vermelhas (Invasão Sérvia); Setas Verdes (Invasão Croata).

O Conflito:

Após a queda da URSS em 1991, no mesmo ano outro estado comunista, a Iugoslávia, também caía e se dividia em várias novas nações européias. Uma dessas novas nações foi a pequena República da Bósnia-Herzegóvina. De maioria mulçumana, a Bósnia rapidamente ganhou reconhecimento internacional, com exceção da Rússia, pois a Sérvia não aceitava o fim da Iugoslávia e estava se mobilizando para uma guerra de conquista pelos Balcãs. 

A Bósnia ainda não possuía uma exército para se defender da agressão Sérvia, mas a população rapidamente pegou em armas e formou centenas de milícias contra os sérvios. Em 6 de Abril de 1992, tanques sérvios adentraram a capital bósnia de Sarajevo e atacaram centenas de civis que estavam protestando contra a invasão sérvia. No dia seguinte, 7, os sérvios declararam a criação de uma "nova república" administrada pelos próprios. Assim tinha início a guerra pela Bósnia.

Nas semanas seguintes à invasão sérvia, os bósnios foram perdendo mais território diante do avanço inimigo. Em 27 de Abril, Montenegro se tornou uma nação independente, mas decidiu enviar tropas para a Bósnia com o intuito de ajudar os sérvios e tentar obter um pouco do território antes que a guerra acabasse.

Nesse curto período de tempo, toda a região oriental e central da Bósnia ficou sob controle da Sérvia e de Montenegro. No meio desse conflito, a Croácia também se tornou uma nação independente, mas de início decidiu não participar do conflito na Bósnia. Outro motivo da guerra era por motivos étnicos. A Bósnia era a única nação européia em que a maioria de sua população é formada por mulçumanos, enquanto o resto é formado por povos eslavos.

Desde o início da invasão da Bósnia, a Sérvia iniciou um brutal genocídio de todos os bósnios mulçumanos com o intuito de dizimar essa etnia majoritária no país. Vilas e cidades inteiras foram destruídas nesse período inicial da guerra.

Mesmo perdendo muito território, o governo bósnio não sucumbiu e conseguiu manter todas as principais cidades sob seu controle. Porém, os sérvios rapidamente cercaram todas essas cidades e iniciaram um longo período de brutais combates urbanos. Mesmo com falta de água, comida, remédios e energia, os bósnios não cederam nenhuma dessas cidades-chaves diante da invasão sérvia até o fim do conflito.

Diante da brutalidade do conflito, as nações da ONU ficaram sem fazer nada. Após uma longa reunião de emergência, foi decidido enviar uma missão militar de ajuda humanitária. Essa ajuda militar veio na forma de centenas de aviões de carga que desembarcaram tropas e suprimentos para as cidades bósnias sitiadas. Porém, a situação saiu fora de controle quando militares da ONU foram feitos reféns por bósnios e sérvios por troca de armas mais pesadas.

No final de 1993, a OTAN se mobilizou e lançou um ataque contra a Sérvia, após essa ter atacado as forças da ONU nas zonas de segurança na Bósnia. Em novembro, aviões sérvios fizeram um ataque incendiário contra Bihac. A OTAN retaliou com um ataque aéreo contra Krajina. 

Em Sarajevo, os sérvios trouxeram morteiros e artilharia pesada para subjugar a cidade em 1994. Muitos civis morreram e a OTAN ordenou a retirada dos sérvios da cidade. A Sérvia negou o ataque de artilharia e lançou um ataque aéreo contra Sarajevo, rechaçado pela OTAN. 

Por terra, tropas da OTAN salvaram a cidade de Gorazde e levantaram o cerco sérvio. Após outro pesado bombardeio da artilharia sérvia, a OTAN lançou uma imensa ofensiva aérea que acabou causando imensas perdas de homens e armas para a Sérvia.

Em 1995, aproveitando o enfraquecimento da Sérvia na Bósnia, a Croácia entrou no conflito ao lado dos bósnios e ajudou a expulsar os sérvios do norte do território. Com o avanço esmagador da OTAN e da Croácia, Sérvia e seus aliados decidiram abandonar a luta por Sarajevo e recuaram para seu território. Ao mesmo tempo, os EUA intervieram e pediram pelo fim do conflito, que ocorreu em Dezembro de 1995. 

Após a retirada da Sérvia e da Croácia do território bósnio, a OTAN ficaria na nação recém-criada até o ano 2000 ajudando na reconstrução da nação devastada pela guerra.

Curiosidades:

• Mesmo recebendo ajuda da OTAN, a Bósnia não aceitaria o convite de unir a aliança militar para não provocar a Rússia, pois a Sérvia é a principal aliada da Rússia no Balcãs.

• O filme americano, Atrás das Linhas Inimigas, é um dos poucos filmes que falam dos horrores da Guerra da Bósnia. Recomendável.

• Os Balcãs ainda continuam sendo o "barril de pólvora" da Europa, por causa da grande quantidade de conflitos regionais entre as nações que formam aquela região da Europa.

Bibliografia:

• https://en.wikipedia.org/wiki/Bosnian_War (página em inglês)