As Batalhas e Guerras Mais Importantes da História - Geórgia
A Guerra Russo-Georgiana
(1-26 Agosto, 2008)
Blindado russo, carregando soldados, passa ao lado de dois tanques georgianos destruídos nas ruas de uma cidade na Ossétia do Sul.
Informações Técnicas:
Facções: Rússia, Ossétia do Sul e Abkhazia x Geórgia
Forças: Russos e Separatistas: 83.000 homens x Geórgia: 26.000 homens.
Perdas: Russos e Separatistas: 524 mortos e feridos x Geórgia: 1.354 mortos e feridos.
Local Ossétia do Sul e Abkhazia.
Resultado: Vitória Russa/Separatista; Expulsão de civis georgianos da Ossétia do Sul e da Abkhazia; Reconhecimento e anexação da Ossétia do Sul e da Abkhazia pela Rússia; Relações entre Rússia e Geórgia bastante prejudicadas.
Setas Vermelhas (Ofensivas Russas); Linhas Marrons (Limite do Avanço Russo); Linhas Verdes (Defesas Georgianas); Pontos Pretos (Ataques Aéreos e de Mísseis Russos).
O Conflito:
Após a queda da URSS, vários países surgiram, entre eles estava a pequena Geórgia. Localizada entre a Turquia e a Rússia, a Geórgia já foi palco de intensas lutas pelo controle de seus ricos campos de petróleo e de gás. Nos anos 1990, duas províncias georgianas, a Abkhazia e a Ossétia do Sul declararam sua independência da Geórgia. O governo reagiu com violência e uma longa guerra separatista teve início.
Depois da conquista da Chechênia, a Rússia elegeu seu mais novo presidente, Vladimir Putin. Este começou a montar planos gigantescos para um dia "reconstruir" a antiga URSS e transformar a Rússia na mais poderosa nação militar do mundo. Quando Putin soube dos problemas que afligiam a Geórgia, uma oportunidade surgiu. Enquanto Putin enganava o mundo com seu apoio ao governo georgiano, em segredo tropas russas davam armas e tanques para os separatistas, preparando o cenário para uma possível "intervenção militar" na Geórgia.
Aproveitando a distração do Ocidente no Afeganistão e no Iraque, em 2008, Putin mobilizaria seus exércitos para um "treinamento militar" (meio familiar isso, não concorda!?), enquanto esperava pela oportunidade perfeita para invadir a Geórgia. Ele não precisaria esperar muito.
No dia 1 de Agosto, uma patrulha policial georgiana caiu numa armadilha de separatistas ossétios, ferindo cinco policiais. O governo retaliou com um pesado ataque contra os separatistas, matando seis deles.
Do dia 2 até o dia 6, a Geórgia moblizou suas forças armadas para invadir a província separatista da Ossétia do Sul e esmagar os separatistas. A Rússia pediu para que a Geórgia não atacasse os separatistas.
No dia 7 de Agosto, o presidente georgiano pediu um cessar-fogo e a rendição total dos separatistas ossétios. Estes retaliaram atacando dezenas de vilarejos georgianos.
Não tendo escolha, a Geórgia invadiu a Ossétia do Sul e rapidamente avançou contra a capital da província, Tskhinvali, no dia 8. Ao mesmo tempo tanques russos atravessaram a fronteira da Geórgia e também adentraram a Ossétia do Sul. Ambas as forças iriam se encontrar na capital da Ossétia e a guerra teria início. Depois de cinco dias de pesados combates, os russos conquistaram Tskhinvali e expulsaram os georgianos da Ossétia do Sul. A Rússia também iniciaria uma campanha aérea contra alvos militares georgianos, neutralizando a pequena força aérea georgiana e causando grandes baixas militares e civis pela Geórgia.
No dia 9, separatistas da província da Abkhazia, pegariam em armas e abririam uma segunda frente contra a Geórgia.
No dia 10, a Geórgia retiraria as suas últimas tropas da Ossétia do Sul. Ao mesmo tempo, uma batalha naval no Mar Negro ocorreria entre a Rússia e a Geórgia. Vários navios ficariam danificados, mas nenhuma perda naval ocorreria nesse combate.
No dia 11, tropas e tanques russos adentrariam na Abkhazia e apoiariam os separatistas dessa província. Num rápido avanço, os russos capturariam a importante base militar de Senaki.
No dia 12 de Agosto, o presidente russo, Medvedev (que era somente uma marionete nas mãos de Putin), declarou o fim da "operação militar especial". Porém, mais ataques aéreos russos continuariam a bombardear a Geórgia. Na Abkhazia, russos capturariam o porto de Poti. Perto da Ossétia do Sul, a artilharia russa iria bombardear a cidade de Gori, matando um jornalista holandês. De volta a Abkhazia, separatistas locais iriam expulsar as últimas tropas georgianas da província. No teatro internacional, a França seria a primeira nação a pressionar pelo fim do conflito.
No dia 13, mesmo depois de ter sido anunciado um cessar-fogo, um batalhão blindado russo adentrou e capturou a cidade de Gori.
No dia 15, tropas russas invadiram a região central da Geórgia e chegaram a ficar 55km da capital Tbilisi, capturando no processo Igoeti. Os EUA começou a pressionar pelo fim do conflito.
No dia 19, um contra-ataque georgiano seria derrotado pelas defesas russas em Poti. 21 soldados georgianos e 5 veículos blindados americanos seriam capturados nessa batalha. Os soldados georgianos seriam soltos horas depois em Senaki.
No dia 22, tropas russas recuaram para a Ossétia do Sul e a Abkhazia e abandonaram as cidades de Igoeti, Gori, Poti e Senaki para a Geórgia.
Por fim no dia 26 de agosto, o conflito chegaria ao fim, após Rússia e Geórgia assinarem um cessar-fogo e o reconhecimento das Repúblicas da Ossétia do Sul e da Abkhazia (que seriam anexadas depois pela a Rússia).
Curiosidades:
- A Guerra da Geórgia foi usada pelos russos para aperfeiçoarem suas táticas ofensivas para o verdadeiro alvo de Vladimir Putin, a Ucrânia (que seria inicialmente invadida em 2014 e depois em 2022)
- O drama de guerra "Cinco Dias de Guerra" é o único filme sobre o conflito seguindo o ponto de vista de um grupo de jornalistas estrangeiros durante a intensa batalha urbana de Tskhinvali
Bibliografia:
- https://en.wikipedia.org/wiki/Russo-Georgian_War#Hostilities (página em inglês)
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